Soneto
O Homem desperta e sai cada alvorada
Para o acaso das cousas… e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada…
As horas morrem sobre as horas… Nada!
E ao poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida
Não vejo hoje, virá na outra jornada…
Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,
Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;
— ARTIGOS RELACIONADOS
E a Vida passa… efêmera e vazia:
Um adiantamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia…
– – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –
De Raul de Leôni, poeta brasileiro nascido no Rio de Janeiro.
Leia também:
Amostra sem valor, de Antonio Gedeão.
Há uma Gota de Sangue no Cartão Postal, de Cacaso.
Canção para uma valsa lenta, de Mário Quintana.
Virgens Mortas, de Olavo Bilac.
Deixe um comentário