O sindicalista Pedro Aquino, candidato a deputado estadual pelo PT, é um das raras vozes do partido de Lula no Pará que defende, abertamente, a criação do estado do Tapajós.
Para o ex-superintendente do Incra no oeste do Pará, defender a redivisão territorial do estado “faz parte da estratégia da esquerda brasileira e paraense, para ampliarmos o poder político desta região, como a mais rica em minerais estratégicos a serem explorados”.
– O governo do PT compreende a necessidade desse empoderamento e trabalha para nos potencializar com o principal insumo (energia elétrica) com a construção da hidroelétrica de Belo Monte-, sem pedir um centavo ao FMI-, para que possamos ter implantado em Santarém o polo industrial de beneficiamento da bauxita – explica.
E completa:
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– Outra clara movimentação em favor dessa estratégia de apoio a criação dos estados do Tapajós e Carajás, é o presidente Lula ter incluído na LDO enviada ao Congresso Nacional a destinação de recursos para a realização de plebiscitos.
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Qualquer candidato na disputa eleitoral deste ano pode participar desta seção. Para isso, deve mandar seu santinho para o blog – jesocarneiro(arroba)gmail.com – e externalizar sua posição quanto à redivisão territorial do Pará.

Meu caro Jeso.
Quem seria o maior interessado que a Amazônia, e particularmente o Pará, não se desenvolva?
Alias a quem interessa que haja um retrocesso para que nosso estado e a Amazônia, não saia da condição de celeiro do mundo? Todos dirão que a resposta é: o capitalismo!!!… o imperialismo!!!.
E quando, aqui na Amazônia encontramos vozes que se auto proclamam socialistas se posicionam contra projetos e investimentos que vão organizar nossa base de produção-, de insumos como a energia-, por exemplo. A quem eles estão servindo? Ao interesse nacional ou ao imperialismo?
Será que sentem saudades daqueles que pregavam que a dívida externa era impagável e que, se colocavam de joelhos obedientes aos ditames do FMI. Será que eles acham que isso era gesto de grandeza de chefe de estado?
Hoje, com a posição honrosa e de liderança que o Brasil desfruta junto ao mercado internacional, e sem ter que perguntar ao FMI se pode ao não pode construir a Hidroelétrica de Belo Monte, deixa os que se auto proclamam socialistas incomodados.
O Aquino em seu texto acima, para justificar sua posição favorável a criação do estado do Tapajós, está correto. E eu diria mais: Nos empoderarmos politicamente, sermos auto-suficientes na produção de energia e capacidade industrial instalada para beneficiamento e industrialização de nossas riquezas minerais, é uma questão de soberania nacional.
A criação do estado do Tapajós é uma estratégia tanto da esquerda como da direita – cada uma com suas intenções. Da correlação de forças entre direita e esquerda é que vai resultar o caráter do novo estado.
Agora, dizer que a construção da UHE Belo Monte é um mecanismo para potencializar a região não corresponde à realidade.
Isso porque o principal objetivo do projeto Belo Monte é claro: atender com energia barata as empresas do centro-sul do país, que consumirão cerca de 80% da energia a ser produzida.
A destinação dos 20% restantes ainda está sendo negociada pelo governo, mas o indicativo é que atendam as empresas eletro-intensivas do Pará, principalmente a VALE e a ALCOA.
Nenhum percentual é previsto para as comunidades tradicionais da região que até hoje não têm acesso à energia elétrica.
Em outras palavras, Belo Monte não servirá para potencializar o verdadeiro desenvolvimento da região, mas sim para incrementar o potencial produtivo das multinacionais que há anos exploram nossas riquezas, deixando-nos apenas algumas migalhas.